Negociação das ligas do futebol brasileiro ainda segue inconclusiva

Enquanto os dias passam e a temporada do futebol brasileiro segue avançando, outra situação muito importante também segue em jogo. A venda dos direitos de transmissão do campeonato brasileiro a partir de 2025 ainda segue de maneira que não é exatamente a ideal, pois os clubes (ainda que se aglutinando em grupos). Entretando, houveram alguns avanços, ao menos para o grupo da Libra, que está negociando com a Globo, ainda que um acordo não esteja fechado.

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Ainda existem dois grupos dividindo os clubes brasileiros, a Libra e a Liga Forte do Futebol. Ambos os grupos estão negociando separadamente, sendo que recentemente houve uma discussão para que existisse uma unidade nas negociações, mas isso acabou sendo rechaçado neste momento. Existem muitos interesses em jogo, que agora estão cada vez mais evidentes.

Na semana passada, uma surpresa 

A presidente do Palmeiras (hoje da Libra) e mandatária da Crefisa, Leila Pereira, vinha negociando com os clubes da Liga Forte por uma negociação unificada até o momento da reunião que ocorreu na última quarta-feira (7 de fevereiro). Esperava-se que ela trouxesse um modelo que pudesse conciliar interesses dos dois grupos, resultando num consenso a menos de um ano do vencimento do contrato atual.

Entretanto, o que ocorreu foi o contrário. Os times da Libra agora têm como prioridade uma negociação com o grupo Globo, pelo valor de 1.3 bilhão para o período de 2025 até 2029, para TV aberta e fechada, mais variáveis de pay-per-view. Porém, esse valor é apenas para os nove times da Libra atualmente na série A do brasileirão. Não se esqueça de que você também pode apostar nas melhores competições de futebol.

Participação de Leila Pereira foi decisiva 

Para Leila, além dos valores, a parceria da Globo é importante, sendo que a emissora já tem longa experiência na transmissão de eventos esportivos no Brasil, além da exposição gerada pela emissora carioca. Adicionalmente, a Crefisa também investe muito em comerciais na rede de televisão, sendo um parceiro natural para a mandatária do alviverde.

Até então, a Libra ainda não tinha uma definição sobre como proceder nas negociações. Propostas como a do Mubadala, grupo de investimentos dos Emirados Árabes, ainda estavam na mesa. Entretanto, nesta proposta havia uma porcentagem que seria destinada ao fundo de investimentos após a venda dos direitos de televisão, algo que incomodou Leila e a fez pressionar por um acerto com a Globo, cuja proposta traz apenas ganhos líquidos para os clubes.

Além disso, a proposta do Mubadala envolvia um contrato de 25 anos, um prazo excepcionalmente longo e com o qual os clubes não se animaram muito (o que faz sentido, já que muita coisa pode acontecer num período de tempo tão grande). É mais um fator onde a Globo tem vantagem. Além disso, se tiver interesse você também pode fazer suas apostas aqui mesmo.

Liga Forte ainda segue indefinição

A Liga Forte deverá se reunir após o carnaval, para definir quais serão os próximos passos da negociação dos clubes que compõem a entidade. De concreto até aqui é o fato de terem vendido 20% do total de seus direitos de televisão para a Life Capital Partners (LCP) e General Atlantic pelo valor de 2,3 bilhões de reais.

Em um primeiro momento isso parece interessante (com esse dinheiro, por exemplo, o Internacional vem reforçando seu elenco). Entretanto, com esse movimento os clubes comprometeram 20% da receita que terão quando venderem seus direitos de TV, que serão repassados para aqueles fundos de investimento (sendo que essa venda pode ser feita até mesmo para a própria Globo). Adicionalmente, você também pode fazer suas apostas aqui.

Negociação em separado é amparada pela legislação

O formato de negociação atual encontra respaldo na legislação, que permite ao time mandante do jogo negociar os direitos de transmissão como achar melhor. Entretanto, negociar de maneira separada pode ser pouco vantajoso e por isso os clubes se aglutinaram em grupos para esta negociação.

Assim, de acordo com o cenário atual, os jogos onde os times da Libra forem mandantes serão transmitidos pela Globo (e suas emissoras), ao passo que a Liga Forte ainda não tem um parceiro definido. A Globo tem interesse, mas empresas como SBT e Warner ainda seguem no páreo.

Para o torcedor comum, isso quer dizer que poderá haver mais de uma emissora transmitindo os jogos, o que por um lado pode ser bom, pois traz opções, mas também pode ser confuso para quem estava acostumado com a Globo após tanto tempo (ainda que recentemente Band, Record e SBT venham investindo na transmissão de alguns campeonatos, especialmente estaduais).

Outro desafio neste cenário seria o pay-per-view, já que hoje os pacotes pertencem apenas à Globo, no brasileirão e em alguns estaduais. Entretanto, com a possibilidade de haver mais de uma emissora neste formato, a possibilidade de ter de assinar mais de um serviço de transmissão para assistir aos jogos do seu time pode ser incômoda e proibitiva para muitos brasileiros (isso se contarmos que mesmo no formato atual não são todos que podem pagar por este luxo).

Tanto a Libra quanto a Liga Forte já conseguiram arrecadar fundos com os direitos de venda do brasileirão a partir de 2025, entretanto a negociação ainda não está perto do ideal. Ao invés disso, os blocos acabaram se afastando, o que é pior para alcançar uma união mais que necessária neste momento. Quem perde com isso é o futebol brasileiro, onde as coisas correm risco de não ter grandes mudanças.

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